Fim do 5Pointz: quem perdeu foi Nova Iorque

Em fevereiro de 2018, a decisão do juiz Frederic Block surpreendeu artistas do mundo todo quando ordenou que a família Wolkoff pagasse 6.7 milhões de dólares para 21 artistas grafiteiros que tiveram seu trabalho destruído na cidade de Nova Iorque.

 

A história é a seguinte:

Nos anos 70, um empresário do ramo imobiliário de Nova Iorque, Jerry Wolkoff, comprou um complexo de fábricas em Long Island, no Queens sem projetos para o espaço. O prédio ficou abandonado por anos até que, nos anos 90, artistas de rua pediram permissão para grafitar no local e ocupar com estúdios de arte, tal pedido foi concedido e ao longo dos anos o complexo ficou conhecido por seus grandes murais, atraindo pessoas do mundo todo para conhecer e expor sua arte. Desde então, o complexo ficou conhecido por 5Pointz.

Em 2013, a família Wolkoff decidiu demolir o complexo para construir condomínios residenciais e gerou protestos dos artistas que alegaram que a destruição do local prejudicaria o trabalho e a visibilidade que a arte do grafite havia conquistado com o espaço. Tais reivindicações não foram ouvidas e o projeto foi aprovado: murais grafitados foram pintados de branco e em 2014 o prédio foi finalmente demolido.

Em abril de 2017, os artistas entraram com uma ação contra a família Wolkoff alegando que a destruição da fábrica violava a lei que protege as artes visuais criada em 1990 e que eles não receberam notificação antes dos murais serem apagados. Em novembro o júri decidiu que a destruição foi ilegal levando o Juiz Block, em fevereiro de 2018, a condenar o dono do empreendimento a pagar uma indenização aos artistas que tiveram seu trabalho apagado. O caso foi de extrema importância pois decidiria se o grafite seria considerado ou não uma arte protegida federalmente. O veredito foi uma vitória para grafiteiros do mundo inteiro que agora começaram a ter mais visibilidade positiva sobre sua arte.

 

Este post foi escrito por Nicole de Frontin

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